Desde a antiguidade o homem está intimamente ligado à natureza e por mais adaptadas as cidades que o ser humano esteja, ainda é possível encontrar uma vontade natural de conectar-se com ela, e deste ponto parte a intensa e eterna busca que o homem possui em construir locais que remetam ao natural. Na atualidade esses laços foram ficando para trás e como uma possível forma de resgate, a necessidade em maior ou menor escala de utilização de jardins planejados tem aumentado.
A ideia de planejar um jardim é uma ciência extremamente antiga que engloba conceitos agronômicos, biológicos, econômicos, sociais e artísticos. Você sabia que um jardim já foi considerado uma das sete maravilhas do mundo? Para a realização, implantação e manutenção de um jardim faz-se necessária a utilização da criatividade atrelada as técnicas do paisagismo.
Com o passar dos anos, as percepções sobre essas técnicas foram se diversificando. Na história da humanidade tem-se milhares de formas de realizar a construção de um jardim. (Mattiuz, 2017).
Os jardins romanos possuíam estátuas e monumentos e eram ligados às casas.
Os persas costumavam representar os quatro elementos.
Já os gregos acreditavam que os jardins não deveriam ter nenhuma intervenção humana, pois os consideravam sagrados.
Um exemplo foram os jardins suspensos da Babilônia (605-652 a.C), construídos por um rei para presentear sua amada. Esta obra foi eleita uma das sete maravilhas do mundo e era basicamente a sucessão de terraços ascendentes na encosta de um morro que atingia até cem metros de altura, possuíam um sistema de irrigação e formavam uma paisagem envolvente (Mattiuz, 2017).
Atualmente, o paisagismo sofre um grau de influência de todas as técnicas passadas e depende muito do gosto e do poder aquisitivo de quem deseja implantar. A ideia de arborização urbana tem crescido muito nos últimos anos, criando parques, hortos, espaços urbanos que possuam plantas dispostas de forma a dar beleza e melhor qualidade de vida ao ambiente.
Há uma maior procura por telhados verdes, jardins verticais – dentro dessa técnica é possível ter hortas verticais, mas deixemos para falar disso um outro dia – calçadas verdes, jardins filtrantes, tudo porque entendeu-se que esse recurso traz diversas melhorias da qualidade de vida, tais como, redução das ilhas de calor, drenagem eficiente, menor risco de erosão dos solos e preservação de fauna e flora.
Entretanto nem só em vias urbanas é que se pode aplicar essas técnicas. Em residências é muito indicado a utilização desses artifícios, pois quem não deseja um contato mais íntimo com a natureza e uma sensação de frescor nos dias mais quentes? Isso ocorre por alguns motivos, os principais são que as plantas, por si só, por serem dotadas de textura, cheiros e sabores já despertam os sentidos humanos, porém, para além disso há estudos que apontam que a cor verde está intimamente ligada a sensações como esperança e segurança, esta cor também é responsável por acalmar e reduzir o estresse do dia a dia.
Um outro ponto que não se pode esquecer é que imóveis que possuem jardins costumam ter um valor agregado, cerca de 30% a mais no momento da venda, então pensando em investimento, essas técnicas trazem vantagens financeiras.
Quando absorvemos tudo isso, passamos a entender que com o passar dos anos, com a distância que o ser humano tomou da natureza, a reconexão através de jardins é cada vez mais importante, principalmente quando o assunto é bem estar e saúde. Com tudo, podemos entender que as plantas tem um poder muito maior do que apenas agradar aos olhos e que atualmente espaço já não é mais desculpa pra não ter você mesmo o seu jardim.
Referência Bibliográfica: Mattiuz, C. F. M. Paisagismo. Disciplina LPV 0408. Universidade de São Paulo – São Paulo. 2017.
Autora: Barbara Silva.
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