Se você acha que o material da sua peça não é o ideal para uma determinada aplicação, ou não entende o porquê ela tem falhado quando, na verdade, deveria funcionar, você precisar de uma caracterização de materiais.
Você sabe o que significa caracterizar um material?
Com o avanço da tecnologia e o desenvolvimento de projetos cada vez mais complexos na indústria moderna, surgiu a necessidade de se conhecer a fundo o potencial de utilização de cada material, bem como a criação de novos materiais através de ligas metálicas.
Dessa forma, a caracterização de materiais refere-se ao conjunto de técnicas de identificação e avaliação da microestrutura para determinar as propriedades físicas e mecânicas dos materiais – dureza, resistência à tração, resistência à compressão, escoamento, elasticidade, tenacidade à fratura, resistência ao impacto, fadiga, fluência – e assim, obter o melhor desempenho do material com sua correta aplicação.
As etapas a serem seguidas são:
● Amostragem – Consiste em escolher os locais da peça a ser analisada na microscopia ótica. Seções diferentes podem mostrar resultados diferentes devido a anisotropia do material, por isso essa parte é essencial e deve ser selecionada criteriosamente.
● Corte – Tem a intenção de separar a parte de interesse da amostra a ser analisada.
● Embutimento – Realizado para facilitar o manuseio da amostra.
● Lixamento – Para que se tenha uma superfície mais lisa e com menor quantidade de defeitos, é necessário remover a maior parte possível da camada estruturalmente danificada da amostra.
● Polimento – Tem como objetivo reduzir ainda mais a camada estruturalmente danificada, principalmente a resultante do processo de lixamento.
● Ataque – Após obter a superfície polida é feito o ataque, que tem como finalidade criar um microrrelevo nessa superfície, de maneira que se possa identificar as diferenças estruturais existentes, tornando mais evidente os contornos de grão e fases diferentes.
● Microscopia ótica – Técnica usada para observar a microestrutura revelada no ataque químico. O mecanismo se dá através do emprego da luz visível que incide sobre a amostra, cujos raios são refletidos para o observador.
●Análise da microestrutura – é feita para determinar de modo qualitativo a estrutura presente na amostra analisada. Assim, pode-se inferir sobre a morfologia, o tipo microestrutural, as fases e constituintes presentes, a heterogeneidade química e a presença de inclusões metálicas e descontinuidades.
Todas as etapas citadas são importantes na construção da análise quantitativa e qualitativa da microestrutura do seu material, sendo possível, então, determinar suas propriedades e se há necessidade de tratamentos térmicos. A partir disso, pode-se entender se o material é ideal para a sua necessidade!
Referências: Matlakhov, A. N., Apostila da disciplina Carcaterização de Materiais 1, 2012-2S.
Colpaert, Hubertus, METALOGRAFIA dos produtos Siderúrgicos comuns, Editora EDGARB BLUCHER LTDA, 3° Ed. São Paulo, 1974.
Autores: Heittor Inácio, Leticya Paulino, Larissa Ribeiro e Weslley Bicalho.